Morfeu é o deus dos sonhos. Nós, suas presas, somos primeiro
sedados por seu filho Hypnos, deus do sono. É quando Morfeu entra em cena pra
nos induzir a sonhar. Os serenos são premiados com sonhos bons e aos
intranquilos restam os pesadelos.
Sono e sonho são fisiológicos, pra que o cérebro se
autolimpe. Inconscientes, dormindo, sonhamos. Parte minúscula dessa viagem
suprarreal vem à consciência quando
acordamos e quando isso acontece, o nosso dia amanhece regado a café e pão com
recheio de resquícios de sonho. Será por isso que aquele pão doce com creme se
chama sonho?
Mas o sonho ampliou sua área de significado, passou a ser
também devaneio, sonho acordado, acalentado, secreto ou assumido, idealização,
foco num futuro que pode ser breve mas tende a ser distante. E até mesmo quando um sonho não chega a se realizar, ele pode efetivamente nos constituir, como se evidencia em lutadores por várias causas sociais que não chegaram ao final dos seus objetivos, mas deixaram um legado para seus seguidores e foram fonte de inspiração de sonhos coletivos.
O homem que não sonha assim é asceta ou cínico. Não aspira,
não rompe seus limites, não se transforma e tende a não acreditar, vai se
encolhendo pra permitir que o desencanto ocupe espaços cada vez maiores em si.
Começamos a sonhar com o que desejamos, o que queremos vir a
ser, a ter, a viver, experienciar, conhecer, desde crianças. Muitos sonhos que
se realizaram mudaram o mundo, a Humanidade, os rumos da Civilização e crenças
foram revistas. Visionários, como
Einstein, são tidos como loucos até que seus sonhos se concretizem. Até os cães
sonham.
Como John Lennon em Imagine, somos movidos por sonhos desde
os mais grandiosos aos mais ínfimos e particulares. Acalentar sonhos agrega
sentido ao viver. Ajuda a olhar pra frente, fazer, refazer, inventar,
inovar...e até escrever fantasia,
delírio, sonho, premonição, versos e sobretudo, humanidade.
A ausência de sonhos, para além de nos tornar cínicos, certamente deixaria os caminhos da vida tristes e sem sentido. Sua prosa nos provoca a pensar e o poema, leve e belo, alimenta nossa alma. Muito bom, caro poeta!
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