Ainda adolescente li
muita prosa e muita poesia e apreciava ambas. Mas nos momentos – àquela altura
ainda esparsos – em que a vontade de me expressar pela palavra se fazia
presente, minha escolha recaía na poesia, como acredito que também no caso de maioria
dos que escrevem. E tenho um palpite que talvez seja só uma explicação
incompleta pra questão: o hábito, a tradição mesmo de apreciar as letras da
música popular e isso ocorre em nível global. E isso fica no imaginário da
maioria dos poetas e aspirantes a.
Outra coisa que me
ocorre na tentativa de entender a relação da poesia com os poetas é que a
poesia, por ser linguagem econômica, possibilita que uma obra caiba numa folha
de papel ou numa página do Word. Aliás a popularização do computador acabou
ensejando os micropoemas. Talvez intimide menos do que escrever um romance e o
prazer proveniente da conclusão de um poema seja mais imediatista que no caso
dos demorados romances.
Eu mesmo sempre
achei curiosa a forma que adotei desde as primeiras postagens no blog, ou seja,
um texto em prosa que abre o post e um poema meu que fecha o post, sempre mantendo uma ligação umbilical entre a prosa e o poema, quer
no tema, quer na metalinguagem sobre a forma.
Gostei tanto disso
que até hoje nunca mudei esse roteiro. Acho interessante que um poeta escreva
um blog sobre poesia e a cada postagem esteja também exercitando a prosa. Todos
nós, poetas ou não, somos prosadores instintivos, animais falantes que somos.
O que me agrada mais
como prosador em blog de poesia é que me sinto conversando com meu leitor. Como
se fosse um papo animado entre aficcionados que têm uma forte afinidade.
É provável que sob
esta influência eu volta e meia produza textos onde características da poesia e
da prosa apareçam intencionalmente misturadas.
Essa prosa poética não conhecia. Adorei! Principalmente essa analogia do sono com a morte; perfeita!
ResponderExcluirParabéns!