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sábado, 9 de junho de 2018

Passageiros



                         Passageiros


Corpo é clausura e habeas corpus. Razão pura de Kant ou iluminura em livro de Dante? Corpo não é indolor, pois isso significaria anestesia do prazer e não é isso o que queremos ser. Corpo se divide em cabeça que pensa e corpo que sente ou o corpo pensa que é um todo que não cinde nem no findi quando se entorna cerveja morna e fica confuso o uso das partes de forma coordenada. Nada a ver isso tudo. O corpo é terreno fértil pra alegrias e não falo só do falo e suas estrepolias lúdicas e nada pudicas, visto que somatizamos alegrias com sorrisos e discursos feitos de improviso, sem contar que alegria vai pro corpo como pele e pelo que arrepia. Mas corpo tbm tem raiva e ódio como atleta que foi quarto e não subiu no pódio. Raiva faz os dentes rangerem como colchão de mola, raiva esfola a vesícula, coisa mais ridícula. Além da raiva, o medo, que muitos mantém em segredo. Medo trava, provoca tremor e suor frio e nos vemos por um fio na boca do abismo. Corpo cai, mas se levanta o pai ajuda, corpo fraqueja o filho ajuda, mão benfazeja. Corpo carrega os sentidos e mais que forma, sons, gostos e cheiros, apreende o sentido inteiro do que esse nosso companheiro de quem somos passageiros, no ir e vir, significa pro existir.

                                            



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