O
artista pode até não pretender que sua arte alce altos voos, mas
uma coisa é certa: todos podem dar seu quinhão
na formação de consciências. Arte não se restringe apenas a exaltar o belo e
narrar o leve e o feliz. O artista, por meio do seu trabalho provoca, evoca,
desloca, instiga o questionar. E também denuncia, se indigna e exorta.
Num
momento grave, de usurpação de direitos, conspurcações,
opressão e injustiça, nós artistas não podemos silenciar, o que seria no mínimo
conivência na omissão e passividade.
Cada
um de nós pode e deve fazer de sua arte um pedaço
de trincheira, de resistência às forças sombrias e obscurantistas que tentam
prevalecer tanto em nosso solo quanto no planeta. Que a caneta e o teclado, o
pincel, a câmera, o instrumento musical, assim como a viva
voz de nós sejam veementes armas pacíficas mas firmes e contundentes na busca de
sensibilizar e mobilizar. Foi assim ao longo da História
e precisa seguir sendo, mesmo censurada e reprimida
Mandatos
de insegurança
Os
putrefatos consumados consumiram aos bocados nosso outrora reinado e a
devastação de proporções bíblicas rasgou a Constituição e a encíclica papal. Vamos
fugir pro Nepal ou bancar os paus mandados de mandatos ao som do hino nacional
tocado em panelas sempre aquelas? Mazela pouca é bobagem parruda é a pilhagem
institucional oficial sem precedentes enquanto isso os sempre sem dentes e seus
descendentes nem olham pra frente porque não têm futuro só um fundo de poço com
um muro grosso. O bando do desmando segue predando, mais de quinhentos anos
tomando no ânus com usurpação escravidão abaixo a camarilha que venha a
guerrilha dos homens de bem livrar-nos do mal amém
Bravo, poeta. A arte pode (e a meu ver, deve) ser esse lugar do debate, da expressão do pensamento diverso, da inquietação, da formação do olhar. Prosa poética pauleira que nos instiga a sair do marasmo.
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