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sábado, 15 de abril de 2017

Areia movediça

Não tenho (e nem acho que se deveria ter) a pretensão de ditar

regras e criar ou perpetuar normas engessantes.

Mas mesmo a indulgência tem limites.

O erotismo na arte. Com frequência se constata a areia movediça em que essa associação se converte. Perigos potenciais que rondam os criadores, à espera e espreita de um instante de distração.

Erotismo é tema oportuno, necessário, mas também é traiçoeiro e requer permanente foco no que escape aos clichês, fuja do grosseiro, contorne o piegas (sim, não só nos poemas de amor!) e passe ao largo do sacralizante.

Nunca é demais lembrar que erotismo e sexo não são sinônimos.

Texto erótico pode sim, descrever situações cotidianas, (fugindo assim do permanentemente etéreo e ou sacralizante, mas não ser banalizante na forma e na narrativa..

Erotismo não precisa redundar necessariamente em ares sérios. O lúdico é bem-vindo.

Texto erótico pode sim, ter momentos chulos, mas não a ponto de converter um texto numa pichação em banheiro público.

Bom gosto, refinamento, a fronteira do rude com o delicado, são temas discutíveis e até certo ponto subjetivos. A meu ver a mistura disso tudo e não o isolamento em elementos estanques é o que costuma desaguar no melhor que a arte erótica pode nos oferecer.

imagem: Vee Speers






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