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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Vida, vol. I





Quantos ursos pandas!
Nem mil vivos e milhões
de pelúcia nas varandas







Uma das temáticas para mim mais caras, que estão sempre me inspirando, é a própria vida. Seja numa flor nascida no granito, um bebê que sobrevive nos escombros de um terremoto, uma tigreza que adota na selva um filhote órfão de chimpanzé, lambendo-o em vez de devorá-lo, seja o simples cheiro de terra que sobe no início de uma chuva forte de pingos grossos que eu abro a janela para ver e sentir. A vida está sempre nos gritando a sua existência, a dela, e com isso, a de cada um de nós.

Existem mares maravilhosos, mas a vida não é só um mar de rosas, nem para os escapistas de plantão. Mas isso se deve a confundirmos a vida da Natura com a vida da Cultura, esta sim, dura, cruel, confusa, nonsense , que é constructo do homem, escolhida, moldada e retorcida por nós. Não por acaso temos visto florescer Greenpeaces e WWFs, esforços para salvar o planeta e também uma forma de mostrar ao homem que Cultura e Natura podem e devem conviver.

E em meio a perplexidades, imensas cidades, revoltas dos elementos, vivemos de horrores e maravilhas, ciência, arte, política, estupidez, genialidade, tédio, euforia, choro, riso. Paixões.

Mas acabo de me lembrar que sou poeta e verdades de poeta podem ser delirantes. Esta advertência só não vale para os imprudentes...


Colombina                                       



A vida é um deus enfraquecido no tendão
Um calcanhar que mesmo Aquiles não previu
Fragilidade de um gigante tão viril
Do indivíduo em coletiva solidão

A anatomia emocional é mais mutante
Em nós mortais o calcanhar é no peito
Que se esvazia tão deserto quanto o leito
Na eterna espera em vão do fugidio amante

A vida é a luz de um monitor que sobe e desce
A pulsação da estrela anã dos confins
Poeira cósmica que elétrons resplandece

Musa veloz de pierrôs e arlequins
É colombina essa vida que enlouquece
E ao mesmo faz chorar e rir sem fim



2 comentários:

  1. Show de prosa e texto! A vida sempre iluminando, surpreendendo e servindo de musa para poetas e visionários. Brindamos à ela! Tin-Tin!!

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  2. Gostei do que li. Da sua inquietude pela vida.
    Essa manifestaçao pelas coisas.👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋👋💕💕

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