Em termos do senso comum, o erotismo diz respeito ao físico,
aos sentidos. Isso é clássico, milenar e ainda perdura.
Cartesianamente, este mesmo senso comum ”separa a cabeça do
corpo”, ou seja, separa os sentidos, as sensações, dos sentimentos.
Então, paira a tosca indagação: “_Se tem amor num poema
erótico, o poema é erótico ou de amor?” A vida, que a poesia reflete de forma
singular, não é assim tão esquemática. Tudo e todos parecem requerer rótulos.
Foi pensando nessa meio furada controvérsia, que resolvi
escrever um texto que brincasse com isso, tentando me apropriar das construções
típicas da poesia erótica, suas imagens e jogá-las em outro âmbito , o dos
sentimentos. A possibilidade do erótico no impalpável, sugerir o concreto, mas
tendo como alvo o abstrato. O conteúdo subvertendo a forma.
Foi divertido jogar com isso e penso que o poema passa o
lúdico, mas também algo do sublime que resulta dessa fusão
sentidos-sentimentos.
Sensacional ! O erotismo colocado de uma forma leve, mas sem perder o conteúdo, objeto do tema. Não ficou grotesco, indecente, mas o suficiente, pra interferir, nem mudar mudar o foco. Uma maneira inteligente, leve, sutil de erotizar o poema. Parabéns, amigo. Gostei
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