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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Prazeres da alma

Prazeres excitam mas depois acalmam. Escrever me acalma porque me excita, me dá prazer. Depois me acalma. Mesmo que o poema seja e saia denso, intenso. 

Prazeres têm nuances e matizes. Dias em que não escrevo são incompletos, inconclusos. Continuam sendo dias, mas faltantes de tons.

Pensar me faz escrever, mas escrever me faz pensar. Pode parecer só mais uma imagem poética, mas acontece. A escrita dialoga com o escritor. É mágico. Se não é, ao menos parece.

E eu sigo colhendo pretextos pros meus textos. Tem sido incessante. Que seja enquanto dure.

A escrita me faz mergulhar num estado de espírito singular. Quase um transe, um autismo. E alento.

Escrever é antídoto pra faltas de sentido e elixir que inspira o melhor existir. É o momento em que posso agregar o brinquedo à emoção, a infância à velhice, a leveza de nuvem que traz a fantasia ao sabor acre do real.

Não sei dizer, não atino sobre o que ou quem eu seria se não escrevesse. Talvez eu nunca tivesse existido. Ou virado uma pedra muda e quieta.




Um comentário:

  1. Muito lindo, Jorge Ricardo Dias, adorei. Tudo gira em torno de pensamentos e palavras, Deveria, como molas, gerar ações, movimento, porém, às vezes, impulsiona, outras vezes, paralisa. As palavras são estas molas que nos impulsionam, desde que nossos pensamentos não bloqueiem nosso caminhar. Obrigada pelos seus poemas que nos fazem repensar a vida e nos traz prazer de sentir, nos teus versos.

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