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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Eu Ele Nós Eles


Recentemente participei de uma conversa com assuntos bem pertinentes pra poetas, como eu lírico e eu real, rimas, métrica e versos livres, metáforas, prosa poética, poesia na primeira e na terceira pessoa e coisas que tais.

No que concerne a esse último tópico, escrita na primeira e na terceira pessoa, me posiciono com a tranquilidade de quem tem um ponto de vista crítico sem no entanto se excluir disso. Tenho não poucos textos escritos na primeira pessoa, mas penso que há que cuidar de não fazer disso o imensurável território da poesia autorreferente, poeta tão enamorado do seu próprio umbigo que o faz de referência narrativa.

Existe também uma discussão interessante, que contrapõe essas duas formas narrativas e há quem afirme que quanto mais o autor fala de si, de seu microcosmo particular, mais universal se torna. Visão controversa, é claro, mas ainda que seja legítima, nem por isso devemos enveredar pelo desenfreado “eu isso”, “eu aquilo”. A repetição disso tende a ser meio enfadonha. Embora, como já disse, eu tenha poemas narrados na primeira pessoa, simpatizo mais com os feitos na terceira pessoa. Penso que a poesia pode ser assim sem com isso ser impessoal. O eu real pode estar presente, só que de forma mais indireta e sutil. Em geral resulta em textos mais elegantes e menos arrastados.

Nem por isso vou abdicar de escrever na primeira pessoa. Tem temas, momentos, poemas que adquirem tom mais confessional quando escritos assim. Mas vou seguir cuidando de não cair na armadilha e na tentação de achar que tudo que é importante gira em torno de mim, do meu ego, da minha percepção e sentimento do mundo. Tem tanta gente, tanta coisa, tantas situações pra se discorrer, pro poeta criar só como se a vida e o mundo não fossem mais que uma imensa sala repleta de espelhos.






2 comentários:

  1. Será que esta conversa foi comigo? rsrsrsr Claro que não, mas as vezes em nossas rodas de amigos discutimos muito essa relação do "Quanto mais umbilical, mais universal" coisa e tal. Gostei do Blog indicado pela amiga Fátima. Gostei do soneto e com o tempo vou desbravando mais os posts passados! Abraço!!!
    Cézar Ray

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  2. Vai ser um prazer imenso pra mim o teu passeio pelo blog, Cézar. Bem-vindo!
    Essas discussões são sempre enriquecedoras, não?
    Muito grato!

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