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domingo, 11 de janeiro de 2015

Somos todos escritores

Nestes tempos digitais, o universo de fotógrafos e escritores cresceu de forma exponencial. Não me refiro aos que fazem disso profissão e meio de subsistência, esses talvez tenham se mantido em número estável. Mas hoje todos temos e usamos câmeras digitais, sejam câmeras mesmo ou acopladas a celulares, cada dia com mais qualidade visual.

E o que não dizer dos novos escritores? Sim, lembrem-se de que os celulares estão longe de ser hoje apenas aparelhos telefônicos. Fotografam, filmam, navegam na internet, são jogos, redige-se e envia-se e-mails, mensagens e até fazem ligações telefônicas!

É mais comum vermos as pessoas escreverem que falarem em celulares. Os polegares não são mais pras crianças sugarem quando dormem ou pros adultos fazerem sinal de positivo, mas pra crianças e adultos digitarem seus torpedos. Tec tec tec tec tec...

Vocês estão lendo e eu escrevendo esse blog! Se contarmos só os blogueiros surgidos nos últimos anos, já daria mais que a população de duas Argentinas.

E quantos de nós, que se considerem escritores ou não, escrevem diariamente e-mails, chats, torpedos de SMS, redações, relatórios, memorandos, bilhetes anônimos, cartões de Natal, pichações nos muros e até poemas!

Tenho minhas reservas quando leio criticas a esses novos tempos, de que são superficiais e desestimulam a leitura. Não é o que vemos na prática: livrarias cada vez mais cheias, feiras de livros cada vez mais concorridas e cada vez mais gente lendo de tudo, inclusive conteúdo (ruim e bom) da internet. E a reboque disso, gente encontrando maiores e novos espaços virtuais pra se expressar pela palavra.

Cabe aqui uma menção muito honrosa aos saraus, que não são invenção da era digital, mas que têm sido estimulados pela internet. Não tenho nada contra a internet e o meio virtual de circular informação e de troca de ideias e experiências, mas deve-se exaltar os saraus, onde há a convergência disso tudo no mundo denso. São pessoas de carne e osso, que usam a voz e gesticulam, que se olham. E a troca salta das telas pro presencial, a palavra escrita agrega a dimensão e a emoção da oralidade, do som e se consubstancia em ainda mais humanidade.

         
                                                                                 

4 comentários:

  1. Palavras criadas de repente,numa linha de tempo que foge à percepção adequada aos minutos e horas, às gramáticas e regras convencionais, palavras livres,soltas, deformadas. Palavras que voam em infovias que viraram pontes entre os seres e suas saudades, entrecortando as distancias, teletransportando emoções e o que há de mais humano em nós!

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  2. O cérebro humano pensa também imagens, mas pensa primordialmente palavras. É através delas que o pensamento se estrutura e organiza. Somos emoção, sentimento e sentidos, expressamos tudo isso em sons e gestos, em somatizações, mas é a palavra que alinhava e dá sentido a isso tudo.

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  3. Exatamente! É assim que percebo o mundo atual.
    Ótimo texto!

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