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Tem
vezes que me sinto “apertado” pra fazer poesia e me torno um
chafariz de versos...
Escrever
erige pontes. Pros mistérios, pra novas perguntas sem resposta, pro
universo do outro, até mesmo pra lugares que não sabemos bem quais
são e só vamos descobrir atravessando a ponte.
Escrever
alivia. Ilumina a sombra. Escrever é um colete salva-vidas num mar
de ressaca. Escrever é rodar pião, soltar pipa, pular corda e
carniça, descer ladeira de carrinho de rolimã. Escrever é prazer e
até rima. Liga o de baixo com o de cima. Uma palavra puxa a outra,
engata vagões, inspira canções, faz boa limonada de azedos limões.
E
as pontes que escrever estende são sempre de mão dupla.
Canção
das
palavras
precisas
Preciso
escrever
poemas
com
algo
que
me
desvende
Nada
assim
com
happy
end
Sem
morais
nem
nobres
lemas
Preciso
parir
uns
textos
Nem
que
sejam
só
pretextos
pra
com
palavras
brincar
Fingir
que
não
são
meu
ar
Preciso
arranhar
garranchos
Fazê-los
de
finos
ganchos
que
me
soltem
de
outros
tantos
pra
mastigar
meus
espantos
Preciso
de
uma
caneta
pra
me
tornar
um
cometa
que
vai
sem
meta
e
sem
medo
em
busca
do
seu
segredo
Preciso
as
palavras,
tê-las
como
o
céu
possui
estrelas
como
o
sol
instaura
o
dia
Inventar
mais
poesia
Preciso
dar-lhes
sentido
com
sentimento
e
libido
Precisas
ou
imprudentes
Doces,
cortantes,
ardentes
Preciso
fazer
uns
versos
de
enxergar
o
universo
com
o
estranho
olhar
do
artista
e
não
perdê-lo
de
vista
Preciso
do
verbo
escrito
Recorrente
ou
inaudito
Nos
sons,
na
forma,
a
canção
que
me
habi
ta o coração
ta o coração
Assistam o video baseado no meu livro: http://www.youtube.com/watch?v=RwY7bTSfqpc