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domingo, 8 de abril de 2012

Solares



Deve ser, ou parecer, sei lá, de um certo paganismo aqui e ali cultuar a Natureza e ver divindade nela. Perdi a conta do que já escrevi sobre o Sol e as demais estrelas, a Lua, física ou simbólica, o mar e seus navios, faróis, sereias, pérolas e horizontes, as montanhas, os pássaros e por que não o homem, ator em todo esse cenário?

O fato é que somos um produto da alma navegante lusa com a natureza telúrica dos ameríndios e dos africanos e isso deu num povo solar e dono de um dos mais extensos litorais do planeta. Corpos despidos dourando-se num culto a céu aberto e público ao deus Ra. Nada mais pagão, em tempos oficialmente unânimes do monoteísmo inaugurado há dois milênios pelo judaísmo.

E o que é solar é alegre e sem a culpa que assola mais aos dos países frios. É celebrativo, expansivo, colorido, quente, yang. Matéria farta e boa para a arte em geral e a literatura e a poesia em particular.


Cedo ou tarde                        

Recente
a tarde
já arde
num mar de
lava
incandescente
Um ar de
insolente
que agrava
o doente
A clava
do urgente
fustiga
o indolente
A biga
imponente
tem dentes
nas rodas
e o corte
é rente
no cortejo
rumo do poente
O astro
potente
deixa um rastro
cadente
Negro céu
Denso véu
que o faz turvo
E o deus curvo
faz calor
Faz amor
com a lua
toda nua
e linda
E ainda
crua

                                                     

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