Um dos novos conceitos que a Física quântica nos trouxe, é que não só os eventos modificam o observador como também o observador modifica os eventos. O preto no branco da antiga expressão teve que ser relativizado.
Preto e branco. O preto, que marca tanta presença, é, na verdade a ausência de cor e o branco, que remete ao vazio é o somatório de todas as cores, plenitude. As zebras têm hiatos brancos ou vazios pretos? Ou por outra, alternam a plenitude das cores com a ausência delas? Tive uma camisa toda coberta por diversos tons de cinza que chegavam até o preto e o branco. Tinha a sensação de ela ser vivamente colorida.
Pois sim significa não. E pois não significa sim.
Sou louco por floriculturas, tucanos, Gustav Klimt, arco-íris, auroras boreais...mas porque fotos em preto e branco quase sempre são mais elegantes e artísticas? Talvez porque as cores por si só nos atraiam a ponto de nos distrairmos das formas e sendo assim, a ausência da cor talvez foque nosso olhar nos traços, nos volumes, nas texturas.
Hollywood teima em tentar nos fazer desgostar do preto e branco, mas paradoxalmente o mais forte candidato ao Oscar é O artista, um filme francês, mudo e em preto e branco. Tem a minha simpatia. Tomara que vença.
Meus haigás, ou haikais com imagens, são ilustrados por Ana Eliza Frazão em nanquim e litogravuras, em leve, delicado e luminoso preto e branco. O resultado é infinitamente mais bonito que minha camisa de tons de cinza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário