no analices, no analices”
Joaquin Bartrina, poeta catalão do século XIX
Podemos ser racionais, mas não temos, por isso, que racionar as emoções. Por outro lado, quando nossa faceta emocional nos leva a uma condição de auto tortura, precisamos de um antídoto. Os sãos carregam um sorriso estampado, mesmo nas adversidades, mesmo tendo vida dura. Seguem leves e lúdicos. Minha avó não leu Joaquin Bartira, mas instintivamente não analisava. Era e foi feliz e viveu cem anos assim.
Pero muchos de nosotros somos neuróticos, preferimos complicar, cultivamos angústias, lamentamos amores não correspondidos e idealizados, fazemos análise, versejamos agruras, somos um Mahler compondo sinfonias de agonia, bradamos fomes e sedes insatisfeitas, choramos em filmes do Steven Spielberg, temos Facebook...enfim, se fôssemos um pouco mais sábios ou pelo menos mais sagazes, potencializaríamos a nosso favor dois dons: o da lembrança e o do esquecimento. Mas no fim das contas sofremos por lembrar o que deveríamos esquecer e por esquecer o que deveríamos lembrar.
E oscilando entre desmesuras e contenções La nave va. E apesar de tudo não vamos deixá-la encalhar. O que está esperando? Vada a bordo, catzo!
Então eu me lembrei que me esqueci
de me lembrar do véu da desmemória para apagar de vez a nossa história
que acaba e recomeça sempre em ti
Foi quando eu me esqueci de me lembrar
de me esquecer do vício da lembrança
que é sempre tão voraz e não se cansa
buscando em cada rosto o teu olhar
E sigo por aí de flerte em flerte
sabendo que a mentira de esquecer-te
é quase como um tiro de festim
Das Mil e uma Mortes ressuscito
Pequena Fênix, bem menor que o mito
Banal canção de amor faltando o fim
Muito linda Ricardo!!!
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