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sábado, 17 de março de 2018

Do mar que não se doma




Somos marítimos. Mesmo os que vivem longe do litoral. Somos das naus, das ondas , ventanias e calmarias , sereias e divindades e por fim o cais de partidas e chegadas. Somos íntimos do mar, mesmo os que não sabem nadar. Somos desbravadores nesse palco aquático, onde o sonho e a imaginação nos leva. Mar é água e sal e seres submersos, mas é também metáfora do existir, do descobrir, do arriscar. O sangue lusitano que corre em nós, mesmo nos de aparência africana e indígena, talvez seja o inspirador dessa nossa “maritimidade”.

Mar de horizontes e do além deles. Mar dos faróis, sóis da noite clareando as rotas. Mar dos peixes que alimentam e são parábolas bíblicas. Mar dos piratas e suas pilhagens, dos almirantes e suas canhoneiras, dos surfistas, da Atlântida devorada pelo Atlântico. De geleiras imponentes e submarinos secretos. Terra, planeta água que no fundo tem terra. Que nademos sem morrer na praia. Que o mar nos inspire o amar.


Impávido



Sem medo
O rochedo
resiste ao açoite
das ondas bravias
Toda noite
Todo dia
Sentinela
do tempo
e dos temporais
Face lisa
Lapidada
por ventares
e o assédio dos mares
Como um ventre
gesta e acolhe
silencioso
todo gozo
todo canto
cada pranto
das sereias
cujo encanto
foi em vão
pelo arpão
do marinheiro
E o rochedo
Tarde e cedo
Altaneiro
Ergue o farol
Humano sol
Traçando um arco
que varre o mar
a vasculhar
rumos e barcos



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