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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Faces


Não importa se somos crentes, ateus, cínicos, céticos, hedonistas, anarquistas, existe pra quase todos um ponto em comum que agrega todas as vertentes: os mistérios da vida, as perguntas sem resposta, a finitude e o eterno.

No âmbito do pessoal, do individual, o conceito de alma, quase em oposição ao corpo matéria. Polêmica em torno. Haver alma ou não é quase o mesmo, pelo menos em importância, que vida após a morte.

Longe de mim querer deflagrar debate místico sobre isso, até porque meu viés preferencial é o da poesia, com toda a farta carga de subjetividade inerente. Pro poeta, alma pode ser muitas coisa, até mesmo  a alma como instância “superior” à matéria densa.


Alma como sinônimo de centelha, sopro, anima, vida. Mas como a dicotomia é quase inevitável nesse dualismo, dessa dupla instância que constitui o humano, dou minha modesta contribuição através da minha visão poética que não pretende explicar e muito menos esgotar o tema. Não cartesiano que sou, na vida e na minha poesia, visito em versos a famigerada questão. Corpo e alma são faces da mesma moeda ou esse duplo aspecto humano é só mais um dogma?


Faces

A alma não tem idade
O corpo é que sofre e falha
Apaga o fogo na palha
A alma é da eternidade

Corpo, onde tudo se passa
Matéria densa e tangível
Mas alma é num outro nível
Que sempre o corpo ultrapassa

O corpo mora no tato
Viaja pela visão
A alma é algo abstrato

Juntando toda a emoção
Com a sensação de que é fato
Tem vida em ebulição


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