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sexta-feira, 13 de março de 2015

Só 10% é mentira. O resto eu inventei. (Manoel de Barros)

"O tempo só anda de ida.

A gente nasce cresce amadurece envelhece e morre.
Pra não morrer tem que amarrar o tempo no poste.
Eis a ciência da poesia:
Amarrar o tempo no poste."


                              Manoel de Barros


"Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
O que eles veem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram"

                                       Leo Masliah


Mente. A mente do poeta mente o que ele crê. A gente lê e dá fé mesmo quando é fundo e não dá pé. Ele aborda o mundo e pinta e borda e não é cheque sem fundo, é moleque e profundo e pro fundo nos leva e enleva. A verdade do poeta inquieto esteta é do olhar lúcido pro suprarreal e como tal ele desmonta paradigmas e monta tufões bufões e diz e rediz feliz ou infeliz de modos sem medos que só a poesia, essa epifania, logra expressar ao espessar o real ou refiná-lo até o talo. Ao mentir suas verdades, seus alardes, ele lapida brutos diamantes, inventa fortuitos amantes e ri de si menestrel trovador, inferno e céu, ódio e amor, que a vida tem mais de um viés, muitos ares e rufares de tambor de tenso e manso amor e mesmo que a cabeça se esqueça ainda restam os pés pra caminhar e mãos do gesto presto de acarinhar e escrever.


2 comentários:

  1. Um espaço eclético, recheado de inspiração....parabéns! Abraços poéticos

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  2. Gosto muito do seu trabalho, Jorge.
    Seguindo-o com carinho.
    Grande abraço!

    Karla Mello

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