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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Fronteiras e rótulos

Certas fronteiras, tênues que são, tornam-se difíceis de delimitar. É assim com os bairros das cidades, com sentimentos e outros conceitos abstratos,intangíveis e com as expressões da arte e da cultura.

Num outro post já falei um pouco sobre o que é considerado prosa e poesia e dentro desse domínio há também desdobramentos, por exemplo: onde se delimita o erotismo e o amor num texto poético. Sim, porque nosso afã e instinto de compreender as coisas nos leva a engendrar rótulos, invariavelmente redutores, superficiais e imediatistas. Se um poema descreve sentimentos é de amor e se descreve a anatomia e intercursos carnais é erótico? E se mistura tudo isso, se enquadra ainda numa terceira categoria?

Um rótulo consagrado é o de prosa poética pra essa linguagem narrativa, essa forma que funde prosa e poesia, onde textos são predominantemente prosa eivada de termos poéticos ou de uma “atmosfera” poética, ou então são eminentemente poesia, mas com narrativa um tanto prosesca, sem tanta economia de meios.

Seguindo essa vertente conceitual, então como poderíamos “classificar” esse transgênero que mixa amor carnal com amor romântico? Poesia amerótica? Eroafetividade poética?

Outra vez esbarramos na questão do impasse com o qual o rotular nos defronta.

Por mais que nosssa imaginação galope – e isso é muito bom – temos de manter alguma conexão com o real no que produzimos. A vida com suas nuances, oscilações, surpresas, se reflete em nossa escrita. Então tudo isso vem antes dos rótulos e não cabe apenas em gavetas etiquetadas.

Menos importa o referencial que o produto.


Torço pra que você, meu leitor(a), tenha dificuldade em definir como se enquadra meu poema, caso vc se proponha a isso.



5 comentários:

  1. Como é bom aparecer por aqui e ter uma verdadeira aula de criação literária! E ainda nos brinda com esse belíssimo poema. Imagético, sensorial. Maravilhoso! Me vi incrustada nesse poético âmbar! Valeu poeta!

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  2. Obrigado, Roseli! também é bom ter um leitor atento, assíduo e sensível como vc. O imagético, acho que é uma marca da minha poesia, em parte talvez pelo meu apreço pela fotografia e pelo cinema.

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  3. Gostei do jogo das palavras, do ritmo, do rumo que a poesia toma.

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  4. Muito obrigado, Elaine Bertone! e bem-vinda ao meu humilde bláblá blog

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  5. Amei... Muito sensual! Um trato com as palavras, com as frases... Muito Sexy! Gosto muito.

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