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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Poema não é cinema

Os puristas em geral execram a adição de imagens aos textos. Para eles a poesia só deve ser consubstanciada pela palavra, signo gráfico.


É bem verdade que a partir do advento da Internet, um frequente mau uso e abuso da imagem tem sido perpetrado. É como se muitos partissem da premissa, da crença em que a imagem pictorial sempre valoriza tudo, inclusive a palavra escrita, o texto. Só que isso muitas vezes não se mostra verdadeiro.

Sou a favor das experimentações e a favor do uso da imagem dialogando com o texto. Tanto que lanço mão desse recurso com frequência. Mas penso que há que ter critérios. Vejo muita imagem ser usada junto com poemas que competem com eles. No meu modo de ver, o texto sempre deve prevalecer, ser o centro da coisa. E isso sem falar nas obviedades. Boa poesia fala por si própria e assim, não precisa de acessórios que lhes deem sentido. Pra mim a imagem deve ter um papel de comentário, de detalhe. Tem muito poema com imagem na Internet em que a imagem tenta claramente explicar o texto, ou simplesmente enfeitar, “embelezar” o poema. Isso eu acho dispensável, excessivo, bobo, até.

O fato é que acabou virando um certo vício condicionar a postagem de textos à companhia das imagens. A constância disso vai estabelecendo padrões e só espero que com o tempo, o leitor de poesia não vá perdendo o interesse pelo essencial, que é a palavra, o signo gráfico e se entedie de apenas se deparar com um texto pra ser lido. Mas sou otimista e levo fé na força do verbo. Ele prevalecerá.


E eu, particularmente, vou seguir experimentando com texto e imagem, mas sem perder de perspectiva de que poema, embora rime com cinema, não é a Sétima Arte e sim uma adorável forma literária que vai continuar vivendo com a potência de nutrir a si mesma.


P.S.: Leiam a entrevista que a psicanalista e escritora Adriana Bandeira fez com o poeta blogueiro que vos fala, no seu interessante blog "Indecentes Palavras". Ficou muito bom!


2 comentários:

  1. Ora direis que você arrasa em cada poema que cria homem! Pôxa! Penso aqui com meus botões: como pode caber tanta sensibilidade e talento para a poesia num único poeta? E eu, aqui do lado de cá, enquanto leitora só posso agradecer por receber tão belas e sensíveis palavras nesse jogo sem fim que a poesia nos proporciona. Parabéns poeta!

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  2. Um dos maiores problemas entre palavras e imagens, é que muita gente não entendeu a proposta concretista, poeticamente estamos mais próximos do século XIX.

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