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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

"Making of" de um auto desafio - Parte 3


Meu auto desafio nasceu se propondo apenas a produzir um soneto de palavras monossílabas. Depois de ter escrito dois e ainda com a sensação prazerosa de ter conseguido isso bem presente, é claro que quis partir para um terceiro, mesmo consciente da dificuldade em função da escassez de palavras monossílabas no nosso idioma, mais ainda pelo risco de me repetir muito nessa terceira tentativa.

Mas, paradoxalmente, este terceiro foi o que saiu mais extenso, versos bem mais longos. E em contraste com os dois anteriores, que foram mais filosóficos, este evoca a Natureza e talvez por isso seja menos racional e mais emotivo.

E assim se completa a trilogia “sonetomonossilábica” não planejada. Escrito este terceiro soneto, dei por encerrado o jogo. Mas algum tempo depois, acabei escrevendo um poema também monossilábico. Viciei? Bem, vício bom acho que vale. E desafios nos lapidam.




No fim do mar


Ver o sol se pôr no fim do mar
Luz que flui na cor da flor mais sã
diz por si que a dor não é tão vã
Já nos traz um triz a mais de ar

Trai sem dó a tal da lei do cão
Dói pois rói o ser no grau mais vil
Só que tem na dor do que já riu
mais que o som do sim por trás do não

Ver o show do sol que sai do céu
é tal qual não ter mais voz num véu
mas de um som que vem de lá dos rins

Cai o sol de mais de cem mil graus
Um que traz a luz pra nós, pras naus
que se vão do cais que há em mim




5 comentários:

  1. Jorge, essa apresentação do sonetomonossilábica aumentou minha atenção e ansiedade. Li com bastante curiosidade e contando as palavras nessa sua aventura audaciosa e linda... e depois do espanto pude conferir toda poesia com olhares ainda mais admirados.

    Parabéns, ficou belíssimo.

    Ah, sou a favor do quarto-quinto-sexto...risos

    Abraços.

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    Respostas
    1. Que bom, Karinne! Fico contente de saber dessa tua viagem pelos meus esforçados versos!

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  2. Simplesmente lindo. Ousadia e sutileza ao escrever. Abraços.

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