Importante

Todos os textos do blog, em prosa e verso, a não ser quando creditado o autor, são de minha autoria e para serem usados de alguma forma, necessitam de prévia autorização.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

"Making of" de um auto desafio - Parte 2


No post anterior, narrei o início da minha ínfima saga no auto desafio de escrever um soneto que contivesse apenas palavras monossílabas. Como atingi a meta, a satisfação com isso me fez um pouco mais ambicioso, daí ter surgido a exclamação mental: quem faz um, faz dois.

Parti então para a novamesma tarefa, com minha mente já vagando pelo semiárido vernacular monossílabo. Minha proposta tinha o rigor adicional de ser vedada a consulta a dicionários. É claro que uma ou outra palavra do primeiro soneto iria se repetir, mas procurei minimizar essas intercorrências. Uma ideia seria variar o tema. O primeiro soneto dessacralizava Deus. Quis então nesse segundo dar um matiz histórico-sociológico.

Um detalhe técnico que acho curioso: tanto o primeiro quanto o segundo soneto foram em redondilha menor, cinco sílabas métricas, ou seja, dois sonetilhos, que por seus versos curtos, têm um quê de mais modernos e some-se a isso a identidade entre o tamanho reduzido dos versos e das palavras monossílabas.

Quem faz um, faz dois. E duos aspiram a trilogias? No próximo post, o desfecho.




Pra lá do caos


 Já se vão dois mil
Trem que sai de ré
Rã que vai a pé
Crer no que se viu?

Luz não cai do breu
Paz é por um triz
Só não dói se ris
Viu o nó que deu?

Bem pra lá do caos
Pós a pá de cal
São dois mil reis nus

Chão que dá o grão
Mel não flui em vão
Cais num mar de luz



Um comentário:

  1. E é gostoso ler em voz alta...as palavras nos deliciam em significantes e significados...Acho que elaborar um soneto tem muito dessa coisa do bailar sonoro das palavras...

    Novamente, belo!!!!

    ResponderExcluir