Na
zona
O
cúmulo do tédio, um túmulo, desassédio, sem nenhum remédio, um escafandrista em
passos pesados no fundo do mundo aquático, tédio anti-catártico, as horas
fazendo o agora infinito, o atrito vagaroso do trem nos trilhos, estagnação,
sessão de hipnose, overdose de nadas, vento de proa, velas rasgadas, barco que
flutua à toa. A mesmice. Quem disse a crendice de que é confortável a zona de
conforto? Só pra um morto. A zona de conforto é uma zona ordenada que faz tudo
previsível e pronto, chega a um ponto em que se torna terrível, café com água
morna, picolé de norma, é ou não é? Tédio é a rua cheia de prédio igual, sempre
o mesmo trajeto e o pseudo afeto que simula abraços mas nem chega perto. Antes
a adrenalina das paixões que as prisões de um tédio que rumina.
Li a prosa poética junto com meu filho e a sua namorada. Ao final, disseram: "legal pra K" e curtiram a figura do Bart. Textos inteligentes chegam bem em qualquer público.
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