Mente.
A mente do poeta mente o que ele crê. A gente lê e dá fé mesmo quando é fundo e
não dá pé. Ele aborda o mundo e pinta e borda e não é cheque sem fundo, é
moleque e profundo e pro fundo nos leva e enleva. A verdade do poeta inquieto esteta
é de olhar lúcido pro real e como tal ele desmonta paradigmas e monta tufões
bufões e diz e rediz feliz ou infeliz de modos sem medos que só a poesia, essa
epifania logra expressar ao espessar o real ou refiná-lo até o talo. Ao mentir
suas verdades, seus alardes, ele lapida brutos diamantes, inventa fortuitos
amantes e ri de si menestrel trovador inferno e céu, ódio e amor, que a vida
tem mais de um viés, muitos ares e rufares de tambor de tenso e manso amor e
mesmo que a cabeça se esqueça ainda restam os pés pra caminhar e mãos do gesto
presto de acarinhar e escrever.
Provocativo, bem escrito, inteligente e aqui, acolá, pitadas de ternura que nos lembram o poder da poesia. Complexo como é a vida. Belo post!
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