Somos seres desejantes por natureza. Desejamos alguém que nos atrai muito, desejamos aquele brinquedo que brilha em nossos olhos com promessas de infinito prazer quando somos crianças.
Desejamos a paz mundial. No fundo o que nos rege e nos move é o prazer. Na sua acepção mais ampla. Tudo, em primeira e última instância, remete a e implica no prazer. Ter paz de espírito nos dá prazer. Sentir-se útil também. Muito altruísmo acarreta uma sensação de prazer em quem o pratica.
Prazeres emocionais, prazeres da alma são tão ou mais significativos que os dos sentidos e mesmo quando ambos se juntam e se potencializam mutuamente, predominam os mais intangíveis. Mesmo considerando que somos animais dotados, além de razão, de instintos. Um exemplo disso é a comida. É alimento, nutre, é vital, mas também satisfaz nossos sentidos. Mas satisfazê-los de forma solitária dificilmente será tão prazeroso quanto fazer isso na companhia de pessoas queridas. Os prazeres materiais e anímicos então se potencializam, quando compartilhados.
Assim costuma ser também no sexo. Existe quase um consenso quanto ao fato do afeto, que gera prazer emocional, tornar os aspectos sensoriais do sexo muito mais intensos. Vivenciamos em nossas vidas, vemos nos filmes e lemos nos livros a paixão levar o sexo a ser mais arrebatador. Seria legitima, para esses casos, a expressão “fazer amor”, não fosse a sua banalização como sinônimo de qualquer tipo de relação carnal.
O desejo e o desejar são tão amplos e diuturnos, que muitas vezes nem os distinguimos, a não ser quando é algo mais vultoso . Desejamos feliz Natal. Desejamos boa sorte, boa noite, boa viagem. Desejamos para o outro e para nós mesmos. É parte do nosso instinto coletivo, gregário. Talvez seja um dos desdobramentos de, no fundo, sermos todos um.
Desejo
Quem sabe esse gênio
resolva sair
e traga o elixir
do novo milênio?
Quem sabe os projetos
depois de um motim
do limbo libertos
floresçam enfim?
Talvez a paixão
seduza a razão
e a festa se dê
Um riso no ar
A chama no olhar
O gênio é você