Importante

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Corra que o banal vem aí


Pra mim, a poesia, enquanto linguagem e forma singular de expressão, é a negação do banal. Poesia é do domínio do espantoso, do inesperado, do novo e do diverso de qualquer outra linguagem escrita.

Depois de ter lido mais um enfadonho poema rimando beijo com desejo, escrevi um sobre isso, ou seja, mais um poema metalinguístico pro meu estoque. Será então também enfadonho isso?


(transcrevo parte de uma conversa virtual:)

Interlocutor: Adorei

Eu: Não achou o final muito...rude?

Interlocutor: O final não foi rude
Mas foi meio vulgar

Eu: É assim: faça poesia até com o c*, mas nunca faça poesia banal. E tenho dito. Isso ajuda a quebrar o paradigma de que poesia tem que ser sempre "bonita".

Interlocutor: Entendi

Eu: Acho que posso falar, pq eu mesmo sou um cultor do belo na poesia. Só que tenho essa consciência de que poesia é mais amplo que isso, não tem que se limitar ao que é esteticamente belo e politicamente correto pra ser legítima, que ela não abriga só o belo.

Interlocutor: Sim.  Mas acho q ficou meio vulgar.  Vc se expõe bastante

Eu: Ah me exponho mesmo. Não escrevo muito preocupado com o que fulano ou beltrano vai achar e dizer, até pq já li um ou outro desaforo absurdo a mim por ter escrito coisas líricas e belas. Acho que essa preocupação prévia tolhe, faz o poeta correr o risco de se apequenar, de não dar o melhor de si. Temos que ter essa fúria e ímpeto. Isso dito, pode soar pra alguns como arrogância ou autossuficiência, mas não é, é só convicção. Essas reações eventuais são movidas a preconceitos.


Bom, melhor encurtar esse assunto, pq a banalidade é como um trem sem freios  e ele pode pegar o desvio nos trilhos em que estou sentado escrevendo...


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Fronteiras e rótulos

Certas fronteiras, tênues que são, tornam-se difíceis de delimitar. É assim com os bairros das cidades, com sentimentos e outros conceitos abstratos,intangíveis e com as expressões da arte e da cultura.

Num outro post já falei um pouco sobre o que é considerado prosa e poesia e dentro desse domínio há também desdobramentos, por exemplo: onde se delimita o erotismo e o amor num texto poético. Sim, porque nosso afã e instinto de compreender as coisas nos leva a engendrar rótulos, invariavelmente redutores, superficiais e imediatistas. Se um poema descreve sentimentos é de amor e se descreve a anatomia e intercursos carnais é erótico? E se mistura tudo isso, se enquadra ainda numa terceira categoria?

Um rótulo consagrado é o de prosa poética pra essa linguagem narrativa, essa forma que funde prosa e poesia, onde textos são predominantemente prosa eivada de termos poéticos ou de uma “atmosfera” poética, ou então são eminentemente poesia, mas com narrativa um tanto prosesca, sem tanta economia de meios.

Seguindo essa vertente conceitual, então como poderíamos “classificar” esse transgênero que mixa amor carnal com amor romântico? Poesia amerótica? Eroafetividade poética?

Outra vez esbarramos na questão do impasse com o qual o rotular nos defronta.

Por mais que nosssa imaginação galope – e isso é muito bom – temos de manter alguma conexão com o real no que produzimos. A vida com suas nuances, oscilações, surpresas, se reflete em nossa escrita. Então tudo isso vem antes dos rótulos e não cabe apenas em gavetas etiquetadas.

Menos importa o referencial que o produto.


Torço pra que você, meu leitor(a), tenha dificuldade em definir como se enquadra meu poema, caso vc se proponha a isso.



quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

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Este post comemora dois anos de bla bla blog. Tem sido prazeroso fazê-lo, muita gente bacana o lê e 
comenta, até sugere temas. 172 postagens e 22000 visualizações. Confesso que quando o comecei, nem podia imaginar que fosse chegar nem perto disso. O bla bla tem levantado questões, creio que em sua maioria pertinentes, em geral no âmbito do poético, com uma ou outra escapada rumo ao comportamento e os costumes, assuntos também caros a mim. Enquanto for assim, prazeroso e com essa troca com o leitor, vou seguir com o barco, postando e apostando. E sem pompa nem circunstância, fecho o post de aniversário com uma prosa poética em homenagem a essa forma de expressão que nos une e permeia: a poesia.