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sábado, 22 de agosto de 2015

Quadrúmanos



Maria Regina Alves é uma figura. Não por isso, mas é poeta. Somos fãs confessos um da escrita do outro e amigos virtuais no Facebook. Nos conhecemos numa das comunidades de poesia em que postamos nossos textos.

Rapidamente nos tornamos interlocutores, com o estopim dessa afinidade da escrita. Um tempo depois, surgiu a proposta, nem me lembro se minha ou dela, de uma tentativa de poemar a quatro mãos.

E o poema saiu, ainda talvez com certo pudor da primeira vez. Não me recordo se o postamos ou engavetamos em nossos Words.

Entre muitos palpites um nos poemas do outro, muitas risadas com múltiplos assuntos não necessariamente só poéticos a esta altura, um belo dia – disso me lembro bem – ela me propôs nova parceria e dessa vez o par seria mais feliz. Ela queria arriscar um soneto.

E saiu o soneto quadrúmano! Detalhe interessante: poemas a 4 mãos são pouco comuns e sonetos em parceria, mais incomuns ainda.

Confesso que tem versos que sei que são meus e versos que são dela, mas alguns já nem sei mais de quem foram. Isso na verdade nem importa muito, o que conta é a organicidade do texto e ele a tem.

Temos estilos diferentes, personalidades diferentes e, claro, afinidades. É mais ou menos como num casamento, guardadas as devidas proporções. Diálogo, boa escuta, brigas, pazes, solidariedade, enfim, os elementos que toda boa parceria precisa ter.

Parcerias artísticas são muito frequentes quando são superposições de diferentes artes. Dois exemplos eloquentes disso são a música popular e o cinema, onde dois ou mais artistas co-laboram. Já no caso de uma só arte, como o da poesia, surge a dificuldade adicional de fundir ideias no mesmo campo estético.

Foi fascinante esse processo de construção e espero que outras parcerias nossas surjam. O produto final ficou uma terceira coisa, resultado desse amalgamar de ideias, palavras e visões.

Maria Regina disse sobre isso:

“Imagino que aquela história de que para fazer um poema, escrever qualquer coisa, é necessário o isolamento absoluto, o silêncio sepulcral, o distanciamento do mundo palpável é um pouco de exagero. Pois nada mais instigante e criativo que construir, que tecer idéias a dois. É constante ida e vinda, mudanças de direção e reencontros. Um exercício de ver-se no outro e através dele. Assim têm sido nossos encontros: trocas de tolerância, descobertas e a produção de um novo entre nós.”


Evoé, parceira!




3 comentários:

  1. Ficou uma super produção! Parabéns aos dois! A DO REI! <3 :D!!

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  2. Márcia, também adorei ter feito este soneto a 4 mãos com minha poetamiga Maria Regina Alves. Super obrigado!

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  3. Márcia, também adorei ter feito este soneto a 4 mãos com minha poetamiga Maria Regina Alves. Super obrigado!

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