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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Letras (ou?) poemas


No post anterior, falei um pouco sobre as circunstâncias que cercam a feitura das canções. Há alguns dias, vi o Marcelo Camelo, do Los Hermanos, um cara bem articulado e que pensa questões pertinentes, dizendo que é um típico letrista de canção popular e que nem é poeta e nem cultiva a leitura de poesia. Isso me fez lembrar de uma declaração não tão recente do Chico Buarque, na qual ele também se define como um letrista e não um poeta, pelo simples fato de fazer sempre primeiro a música e aí sim, colocar a letra sobre a melodia.

Essa questão me trouxe à tona algumas canções que fiz que fogem ao meu padrão poesia/música/canção, quando fiz música/letra/canção. Numa dessas, chamada Eterna fusão, juntei coisas prazerosas pra mim: a mistura de gêneros musicais com meu gosto lúdico pelos neologismos, nesse caso com a fusão e aglutinação de palavras.

A doce controvérsia, o debate em questão é:  letras de música podem ser consideradas poemas?  Poetas letristas ou não e letristas poetas ou não, são entidades distintas ou iguais? Letras de canções são as primas pobres dos poemas?



Eterna fusão

Quero ser universal
ser infantil
ser sensual
Botar a avó pra dançar

Quero gregos e troianos
bruxos, gringos e baianos
Batucada geral

Nem quero saber se é pós-moderno
rasga o jeans ou usa terno
Eu quero a eterna fusão
Sintetiza essa cuíca
Bota salsa sessa valsa
numa rica invenção

Funkalipsambluesinforrock
Frevalsalsoul

Eu sempre amei o meu país
mas não quis criar raiz
Caretas torçam o nariz
pr’essa mistura que eu fiz

Funkalipsambluesinforrock
Frevalsalsoul