Modo
Quando cismo
abro um abismo
para o mergulho
ou para o salto
Num instante
a tal vazante
vira mar alto
Fúria e voragem
Em seguida
a mais contida
tristeza é riso
que randomizo
No entanto
lá vem o espanto
se o pranto cessa
na vã promessa
Gira o mundo
e o lá do fundo
desce pra fora
Sai de onde mora
Nasce o dia
e a agonia
ficou dormindo
Que céu mais lindo!
Noite insone
Toca um trombone
na minha mente
Que noite quente!
Grande vício
do reinício
Do yin no yang
Um bumerangue
Tão pequenos
Deuses ao menos
no singular
modo de amar
A vida não seria como é se não passasse, com certa frequência, pelos portões no Imponderável. Tentamos prever, precaver, planejar, calcular, controlar, preparar, mas aí surge o imponderável e bagunça tudo, tsunâmico, vulcânico e nos obriga a refazer planos, reerguer totens, repor peças, repensar metas, alterar prazos.
Como o bambu que verga sob a ventania, somos maleáveis e nos adaptamos e isso é atávico. Podemos ser flores de lótus vicejando na lama. Mudamos de roupa, de atitude, nossa pele se renova de forma permanente. Dormências na alma atenuam provisoriamente uns sofreres, sustos despertam de longas letargias.
Túneis têm fim e invariavelmente uma saída e luz. Poços não são sem fundo e embora a subida seja mais lenta que a descida, ainda assim, pelo menos, a distância foi, é e será a mesma. Surpresas podem ter presas, mas tem as que só nos sorriem e afagam.
Poetas não falam só das caras das moedas. Mostram também as coroas, mesmo que umas não pareçam reais. Versos e anversos...
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